sexta-feira, 2 de abril de 2010

Um homem chamado André

Terno sempre limpo,sapatos sempre engraxados,camisa engomada e gravata combinando com a camisa.Esse era André,um dos executivos mais bem-sucedidos de sua empresa.Caminhava sempre rápido,parecia até que o tempo era o seu rival.André não saia daquela média de executivos que morreria aos 40 anos devido a um infarto,pelo contrário,não fazia nem questão de mudar.Ao menos,de uma coisa ele se vangloriava para os amigos de trabalho.Ele nunca tinha tido um carro,e por isso falava que não se estressava com o trânsito caótico de São Paulo.Logo,seu itinerário era sempre de estações e estações de metrô.
Porém,em um desses dias normais de sua vida,ele observou que o metrô também estava lotado.Como sua casa não se encontrava longe,optou por ir andando pelas bonitas ruas de São Paulo,afinal de contas aproveitaria e faria um exercício.Quando André passou por uma esquina,que era composta por um restaurante nela,sentiu uma mão no seu braço.Parou então e pôde observar de quem era a mão.Viu um sujeito na sua frente que vinha trajando uma calça e camiseta rasgada,um chinelo já todo remendado e por cima disso tudo uma grande manta,que continha também os seus respectivos furos.Antes que pudsse dizer alguma coisa,esse sujeito se apresentou,dizendo ser um andarilho,e pediu um dinheiro para poder comer algo no restaurante.
Naquele momento,André se sentiu mais aliviado por saber que não se tratava de algo mais grave,como por exemplo um assalto ou um sequestro.Pensou na possibilidade de ajudar aquele sujeito,que não fazia mal a ninguém,mas ficou sem saber o que falar.Seu coração queria ajudar,mas sua cara demonstrava nojo pelo andarilho.O andarilho,observando isso,largou o braço de André.Quando este percebeu,arriscou dá uma passe e continuar andando.
Mas,antes dessa ação,o sujeito lhe dirigiu a palavra."Você provavelmente está com medo de mim,mas na verdade nós não somos diferentes.Eu também tive oportunidades,mas preferi oferece-las aos necessitados e andar pelo mundo.Eu não sou um ladrão,ao contrário do que você pensou.Talvez você tenha ficado com nojo de mim,mas deveria sentir nojo de você,e de toda sua classe,que é mais suja do que toda a minha roupa junta.Se hoje eu sou assim,é por causa da sociedade que vocês criaram,com desigualdades e preconceitos.Um prato de comida era tudo que eu pedia,mas com certeza o dinheiro lhe trará coisas melhores".
Após essas palavras do andarilho,André tentou fazer algo para ajudar,mas o seu corpo ficou parado.O sujeito caminhou até uma lata de lixo e a vasculhou procurando comida.André,vendo aquilo,se virou e andou desesperado até a sua casa.Chegando,abriu a porta de sua casa bem devagar.Se arrastou até o sofá,viu a foto de sua familia no porta-retrato e jogou o seu corpo cansado no sofá.Ele já não sentia mais fome,frio,cansaço,amor.André não sentia mais nada.Não se sentia nem culpado nem inocente pelo tinha feito.Esperou mais um pouco,abriu a porta de casa,e saiu andando pela rua.Nunca mais se ouviu dizer sobre aquele homem chamado André.

2 comentários:

  1. mt bom!
    continue assim!

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  2. nossa foi bom!! o mendigo falo bem!!
    parabens para... o comeco descritivo do executivo ta mt bom mano achei foda o jeito q vc escreveu...
    e o final tragico como sempre rsrs
    continuo acompanhando
    abraços

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